G1 DF, 07/05/2011: Alunos seguem em imóveis da UnB 11 dias após prazo para desocupação

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07/05/2011 07h00 - Atualizado em 07/05/2011 07h00

Alunos seguem em imóveis da UnB 11 dias após prazo para desocupação

Defensoria Pública media a relação entre UnB e grupo de 26 alunos.
Decano de assuntos comunitários diz confiar em negociação.

Do G1 DF

Onze dias após o fim do prazo dado pela Universidade de Brasília (UnB) para a desocupação da Casa do Estudante Universitário (CEU), 26 alunos ainda permanecem nos apartamentos administrados pela instituição. A UnB quer os apartamentos desocupados para que eles sejam reformados.

De acordo com o decano de assuntos comunitários da Universidade de Brasília (UnB), Eduardo Raupp, 15 alunos ocupam irregularmente os apartamentos. Segundo o decano, os considerados irregulares são pessoas acolhidas por estudantes que moram na CEU, e que, em muitos casos, já foram regulares em algum momento.

Para o estudante de Filosofia David Wilkerson, que continua no local, o grupo que a universidade não reconhece é composto por calouros, que não teriam direito de ficar nos alojamentos no primeiro semestre na universidade.

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Os prédios que abrigavam 240 estudantes vão passar por reforma, prevista para durar um ano. Para que os jovens desocupassem os apartamentos, a universidade ofereceu duas opções: o auxílio de R$ 510 para aluguel de apartamento ou a transferência para imóveis alugados pela Fundação Universidade de Brasília.


“Com os 15 regulares, continuamos estabelecendo negociações. Alguns já têm mudança agendada para o final de semana”, disse Raupp. Segundo ele, restam seis estudantes que não optaram por nenhuma das alternativas.


Medidas

Wilkerson disse que a universidade estaria agindo “de maneira arbitrária” para conseguir a desocupação. “Estão fechando ruas pra que os ônibus não cheguem até a CEU, continuam abrindo portas com pessoas dentro e ligando pros alunos para convencê-los a sair”, disse.


Raupp afirma que a universidade não está mexendo nos apartamentos ocupados. “Naqueles que são desocupados, a gente faz desligamento de luz e troca a fechadura para evitar a invasão por pessoas irregulares”, disse.


Sobre o processo de negociação, Raupp diz que as assistentes sociais da universidade têm visitado os estudantes e conversado sobre as propostas de saída.
Com relação ao trânsito, o decano confirmou que a segurança está controlando o trânsito de veículos para evitar a chegada de novas pessoas. Mas o transporte universitário, segundo ele, continua indo até a CEU.


Mediação

A defensoria pública, segundo o decano e o estudante, está mediando a relação. “Estamos apostando nessa negociação”, disse Raupp.


Wilkerson afirmou que os estudante teriam decidido dispensar a ajuda. “A gente vai abdicar da ajuda da defensoria porque ela não está realmente disposta a defender os nossos direitos. Eles demonstraram que querem que os estudantes saiam do campus. A nossa posição continua a mesma: nós não vamos sair.”


“Se não tiver acerto, teremos que entrar com medidas judiciais para retirá-los”, disse Raupp. Segundo ele, a universidade terá que entrar com pedido de reintegração de posse. “Esse seria o ultimo caso”, disse. “Estamos bem otimistas. Acreditamos que [a negociação] avançou bastante.”