segunda-feira, 13 de junho de 2011

Campus-UnB, 05/06/2011: Moradores da Casa do Estudante são presos por colocarem fogo em contêiner

Presente em: http://fac.unb.br/campusonline/mundo-academico/item/1132-estudantes-presos-na-ceu-estao-em-liberdade-provisoria

Domingo, 05 de junho de 2011 14:16

Moradores da Casa do Estudante são presos por colocarem fogo em contêiner

Escrito por Mario Cesar
Os dois estudantes presos na última sexta-feira, dia 3,  foram liberados ontem às 9 horas do Departamento de Polícia Especializada (DPE). O Ministério Público concedeu liminar de soltura e os alunos responderão em liberdade provisória às acusações de incêndio simples, ameaça e desacato. Os alunos foram presos pela policia militar após choque com funcionários terceirizados da Unb por atearem fogo em um contêiner na Casa do Estudante (CEU).
A demolição dos apartamentos desocupados começou ainda com a presença de moradores no prédio. Na sexta-feira às 7 e meia da manhã, funcionários da Unb arremessavam do segundo andar portas e louças sanitárias direto nos contêineres, gerando muita perturbação. Depois de frustradas as tentativas de diálogo e sentindo-se desrespeitados em seus direitos à moradia, os estudantes Heitor Claro Silva e David Silva Almeida colocaram fogo nos entulhos dentro do contêiner. “Há vários dias eles vinham fazendo aquele barulho exagerado. A gente ficava agüentando, ia pra aula, não dormia direito com o barulho. Até que aquele dia a gente estourou”, explicou David Silva.
“Eu trabalhei na madrugada anterior e fui perturbado. Só porque é a casa do estudante podem fazer esse tipo de coisa?” reclama Heitor Claro. Os estudantes alegam que os funcionários ficaram apenas assistindo distantes e que o chefe da segurança não permitiu intervenção afim de prejudicá-los. “Isso é manifestação política, eles querem desvirtuar para crime. Tem um vídeo mostrando que um servidor diz aos outros que não era pra apagar a chama” afirma Heitor Claro.

[NÃO FOI POSSÍVEL COPIAR O VÍDEO]

Os estudantes fizeram um canal no Youtube: http://youtu.be/X4LoakQxVWg. O vídeo acima, gravado pelos alunos, mostra um dos funcionários impedindo a contenção do fogo

Na 2ªDP da Asa Norte, os funcionários registraram ocorrência de desacato pelos alunos terem resistido à voz de prisão dada pela segurança da universidade, um deles registrou a grave ocorrência de ameaça de vida, declarou que os estudantes tinham intenção de queimá-lo. Além disso, foram incriminados por incêndio em patrimônio público. Os estudantes negam as acusações e reiteram que não houve perda para o patrimônio e que não tinham intenções de prejudicar ninguém.
“A gente se exaltou, mas eu acho que não perdemos a cabeça. As pessoas não estavam perto, ninguém ia se machucar”, esclareceu David. Para Heitor aquele “Foi um momento de revolta muito grande, de protesto político - sim, mas que eu não imaginei que daria todo esse problema, essa repercussão”. A pena total pode chegar a 9 anos de prisão.
Manifestações de solidariedade
Foto: Ana Carolina Lima
Alunas protestam acorrentadas contra
a prisão dos colegas
Em resposta a prisão dos estudantes, moradores da CEU prepararam uma ocupação da reitoria. A ocupação teve como objetivos reivindicar o direito à moradia e exigir a soltura imediata. Segundo os moradores as condições na CEU estão insalubres, apartamentos desocupados foram quebrados e outros invadidos, a retirada dos vasos deixou o esgoto correndo pelo prédio e outros transtornos tornam a permanência no local um problema de saúde pública, foi nesse quadro que ocorreu a ação dos estudantes.
No sábado, um outro grupo foi para frente do portão da DPE, no sudoeste, se manifestar com cartazes e batucada contra a prisão dos colegas. Segundo os manifestantes, prender os alunos foi uma ação exagerada se comparada ao ato. As alunas Mariana e Gleysiele se acorrentaram a uma placa como protesto. Um dos participantes, o estudante de Ciências Sociais, Guilherme Moura afirma que “A reforma está sendo feita a toque de caixa, de maneira atropelada, tem gente morando lá que quer sair, mas não saiu até hoje porque a universidade não agilizou a questão dos contratos”.
Última modificação em Domingo, 05 de junho de 2011 18:50

Campus-UnB, 07/06/2011: Moradores da CEU tentam invadir gabinete do reitor

Presente em: http://fac.unb.br/campusonline/mundo-academico/item/1138-confusao-na-reitoria

Terça, 07 de junho de 2011 00:28

Moradores da CEU tentam invadir gabinete do reitor

Escrito por Nádia Mendes e Mateus Lara
 A reunião entre o Decano de Assuntos Comunitários, Eduardo Raupp e o reitor José Geraldo  marcada para 6 de junho para decidir sobre a reforma e desocupação da Casa do Estudante Universitário (CEU) foi adiada. Os estudantes ficaram insatisfeitos e invadiram a reitoria tentando entrar à força no gabinete do reitor. Durante o tumulto, Paulo César Marques, prefeito do Campus Darcy Ribeiro, foi atingido por um dos estudantes com um soco na nuca. Após a confusão, foi marcada uma audiência pública para quinta-feira (9/06) ao meio dia. Até a realização da audiência, as ações de desocupação na Casa do Estudante estão suspensas.
O prazo para a desocupação da Casa do Estudante terminou no dia 27 de abril. A universidade oferece uma bolsa-auxílio no valor de R$510,00 para os estudantes encontrarem um lugar para morar durante a reforma, porém alguns permanecem na casa. Eles não conseguiram entrar outra moradia e consideram baixo o auxílio oferecido.
Na semana passada, alguns apartamentos já liberados da CEU começaram a ser desmontados. O ato foi visto pelos estudantes que ainda moram na casa como forma de pressão para que eles saíssem logo. Na última sexta-feira, dois moradores da CEU foram presos após atearem fogo a um contêiner no qual funcionários da universidade atiravam louças e mobílias dos apartamentos desocupados. Em protesto pela prisão dos dois e pela demora na decisão a respeito da CEU, estudantes acampam na reitoria desde a sexta-feira. Os dois estudantes foram liberados na manhã de sábado.
Última modificação em Terça, 07 de junho de 2011 14:52

Campus-UnB, 10/06/2011: Audiência pública retoma discussões sobre situação da Casa do Estudante

Presente em: http://fac.unb.br/campusonline/mundo-academico/item/1149-obras-na-ceu-so-recomecam-quando-estudantes-desocuparem

Sexta, 10 de junho de 2011 13:42

Audiência pública retoma discussões sobre situação da Casa do Estudante

Escrito por Mateus Lara
Foto: Ana Júlia Melo

Audiência pública reuniu alunos com o decano de Assuntos Comunitários Eduardo Raupp e o Reitor José Geraldo

O decano de Assuntos Comunitários, Eduardo Raupp, anunciou nesta quinta-feira (9) que as obras de reforma da Casa do Estudante só serão retomadas quando as negociações de saída dos estudantes forem concluídas. A medida foi divulgada em audiência pública sobre a situação da Casa do Estudante e era uma das reivindicações do movimento Fica CEU.

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Foto: Ana Júlia Melo
Container onde os moradores, Heitor Silva e
David Almeida,presos na última sexta-feira (03),
 atearam fogo em revolta a desocupação.
Alunos ainda protestam nas paredes da CEU
Das nove exigências expressas na carta do movimento, três não foram atendidas pela direção da universidade. Duas delas tratavam da transferência de funcionários da universidade para outros locais de trabalho, mas o decano descartou a possibilidade: “Tudo será feito com bom senso, mas não admitimos interferência sobre a administração da universidade”. A outra proposta rejeitada foi a de moradia transitória no campus. O movimento propunha duas alternativas: que os estudantes fossem locados apenas em um prédio da CEU e a reforma fosse feita em um bloco de cada vez ou que fossem disponibilizados apartamentos na colina; porém, para o decanato de assuntos comunitários as duas alternativas são inviáveis. Ainda havia uma exigência de que vídeos do dia no qual dois moradores da CEU foram presos fossem publicados na agência de notícias da UnB. Eduardo Raupp afirmou que a agência é independente quanto ao que é veiculado: “A gente pede que esses vídeos sejam encaminhados à SECOM e eles decidem se publicam ou não”.

Entre as propostas aceitas estão medidas como a possibilidade de trancamento geral de disciplinas aos alunos que se sentirem lesados pela situação da CEU e a garantia condições de moradia para os que permanecem na Casa. Na próxima semana, será retomada a mesa de negociação com a reitoria.
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Foto: Ana Júlia Melo
Estudante de Letras Espanhol, Diogo Ramalho
afirma que a reitoria vem cometendo verdadeiros
crimes contra os alunos.
Além das exigências na carta do movimento Fica CEU, o que os estudantes pedem é a apuração da forma como foi conduzido todo o processo de desocupação da Casa do Estudante. “A apuração não deve ser apenas sobre os acontecimentos do dia 3 (prisão dos dois moradores da CEU), mas de todo o processo de desocupação”, cobra a estudante Graziele Antunes. O aluno de letras-espanhol Diogo Ramalho vai além e afirma que os atos da reitoria na desocupação deveriam ser considerados crimes. “A reitoria mandou soldar a porta de emergência, apagar as luzes, diminuiu o número de seguranças, fechou o laboratório de informática. A reitoria tem cometido crimes com os estudantes para forçar a desocupação.”

Remanescentes
Nas contas da reitoria ainda existem 23 residentes na Casa do Estudante. Desses, dez estão em situação regular com o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), nove já optaram por uma das proposições: a bolsa-auxílio no valor de R$510,00 ou o aluguel de um apartamento pela Fundação Universidade de Brasília (FUB). O único a não fazer opção por nenhuma das alternativas foi o estudante David Wilkerson, do curso de filosofia; ele foi um dos estudantes presos na semana passada por atear fogo a um contêiner como forma de protesto. Os outros 13 estão em situação considerada irregular pelo DAC “Tem os que já se formaram, os que estão no segundo curso e até os sem vínculo com a universidade”, afirmou o decano Eduardo Raupp.

A irregularidade, no entanto, é algo comum para os moradores da CEU, não são raros os casos de alunos que moram meses de forma irregular antes de conseguir o auxílio de moradia. “Eu fui obrigada a passar pelo menos três meses clandestina para ter acesso aos direitos que eu tenho hoje”, revela a estudante de artes cênicas Maria Eugênia Matricardi.

Última modificação em Sexta, 10 de junho de 2011 13:59

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Educacionista e Correio Brasiliense, 07/06/2011: Agressão na reitoria da UnB

Presente em: http://www.educacionista.org.br/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=9140&Itemid=30


Agressão na reitoria da UnBPDFImprimirE-mail
07-JUN-2011

Depois da prisão de dois graduandos na sexta-feira, ontem o prefeito do câmpus foi atingido por um soco durante confusão com alunos. O motivo é uma suposta pressão da universidade para que eles desocupem a Casa do Estudante
» Ana Pompeu -  CORREIO BRAZILIENSE
O clima das negociações em torno da reforma da Casa do Estudante Universitário (CEU) se acirrou entre os estudantes e a administração da Universidade de Brasília (UnB). O prefeito do câmpus, Paulo César Marques, chegou a ser agredido durante uma confusão com os alunos na entrada do gabinete do reitor. E um graduando passou mal e foi levado ao hospital. A reunião marcada para a tarde de ontem a fim de debater os próximos passos da negociação foi cancelada e transferida para quinta-feira.
A desocupação da CEU tem sido motivo de conflitos entre a administração da UnB e os estudantes desde que foi anunciada. O prazo para a saída dos moradores da CEU venceu em 27 de abril. Na manhã da última sexta-feira, dois alunos foram presos e levados para a 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), acusados de incendiar um contêiner de lixo instalado perto da CEU, além de desacatar e ameaçar servidores públicos da UnB (veja entenda o caso).
Em assembleia com o decano de Assuntos Comunitários, Eduardo Raupp, e a diretora de Desenvolvimento Social, Maria Terezinha Silva, cerca de 30 alunos, apoiadores do movimento de resistência denominado Fica CEU, leram uma carta aberta com os pontos de reivindicação do grupo. O calouro de economia Heitor Claro da Silva, 24 anos, pediu a fala e, no meio de seu relato sobre a situação vivenciada, desmaiou. Epiléptico, ele é um dos dois alunos que foram detidos na tarde da última sexta-feira.
Os estudantes, com ânimos exaltados, dirigiram-se para o prédio da Reitoria com tambores e palavras de ordem. A intenção era falar com o reitor, José Geraldo de Sousa Junior, que não compareceu à reunião. A segurança do câmpus foi acionada e impedir que os estudantes invadissem o gabinete do reitor. Nesse momento, Paulo César Marques sentiu um soco na nuca e perdeu os óculos, que foram arremessados para frente - mas recuperados em seguida. Apenas quando todos se acalmaram foi possível restabelecer uma conversa para definir os próximos encontros.
"A situação chegou a esse ponto porque todos os espaços de negociação que nós tentamos não foram suficientes para suprir a demanda de alguns alunos. Existe um grau de resistência forte motivado por um núcleo de pessoas que não têm direito de morar na casa e estão em situação irregular", afirma o prefeito. Segundo ele, apenas cinco dos estudantes presentes ainda estão na CEU. Ao todo, a Casa do Estudante ainda abriga 14 alunos em condição regular com o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC). A administração estima, entretanto, que existam outros 12 sem vínculo com a universidade ou sem o direito ao auxílio-moradia.
O estudante de artes plásticas e ainda morador da CEU Fábio de Oliveira, afirma, entretanto, que as opções oferecidas pela reitoria não foram satisfatórias. Ele é um dos 20 estudantes que estão acampados na reitoria desde sexta-feira em forma de protesto. "O clima foi esquentando. As alternativas chegam a ser imorais", enfatiza. Na opinião da também graduanda de artes plásticas Maria Eugênia Matricardi, a ocupação tem surtido efeito positivo. "Graças a esse movimento, a ação do Heitor e do David (Silva Almeida) foi considerada com viés político, e não criminal", exemplifica. Segundo ela, a pressão deve continuar porque "dada a gravidade da situação, o reitor, como autoridade máxima da instituição, deveria intervir".
Exigências
Alguns dos principais pontos do documento lido pelos alunos durante a assembleia pedem o afastamento ou a transferência dos servidores acusados pelos estudantes de atuar com violência no episódio da confusão de sexta-feira; abertura de mesa de negociações diretas com o reitor; publicação de vídeos e fotos que denunciem a suposta violência sofrida pelos estudantes durante a desocupação da CEU na Agência de Notícias da UnB, dentre outras.
De acordo com o decano Eduardo Raupp, há denúncias de abuso e violência dos dois lados e um procedimento administrativo será aberto para apurar o ocorrido. Ele, porém, denuncia irregularidades no uso da CEU. "O problema tem sido esses moradores que estão em situação irregular. Tem gente com mais de dois anos de formado que permanece na CEU. Estamos entrando em contato com o Governo do Distrito Federal para ver onde eles podem ser acolhidos", afirma.
"A situação chegou a esse ponto porque todos os espaços de negociação que nós tentamos não foram suficientes para suprir a demanda de alguns alunos. Existe um grau de resistência forte motivado por um núcleo de pessoas que não têm direito de morar na casa e estão em situação irregular"
Paulo César Marques, prefeito do câmpus
Tensão na desocupação
O calouro de economia Heitor Claro da Silva, 24 anos, e o graduando de filosofia David Silva Almeida, 23, foram presos e levados à 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), na manhã da última sexta-feira, depois que um contêiner de lixo da Casa do Estudante Universitário (CEU) foi incendiado. Além disso, eles teriam desacatado e ameaçado servidores públicos da UnB.
A confusão começou quando os funcionários da universidade estavam desmontando alguns dos apartamentos da CEU, retirando louças e esquadrias. Os estudantes alegam que a ação é uma forma de pressioná-los a deixar logo o lugar. Transferidos para a Delegacia de Polícia Especializada na tarde de sábado, Heitor e David foram libertados na noite do mesmo dia, depois que a 12ª Vara do Juizado Especial do Tribunal de Justiça do DF e Territórios concedeu o alvará de soltura.
O que tem motivado o conflito, segundo os estudantes, são as alternativas oferecidas pela UnB para abrigar e custear transporte e alimentação desses alunos durante as obras. Em outubro de 2010, a universidade se comprometeu a pagar auxílio-moradia mensal de R$ 510 para cada residente, valor considerado baixo para manter a sobrevivência dos alunos. Uma segunda opção oferecida foi a mudança para apartamentos alugados pela universidade, por meio da Fundação Universidade de Brasília (FUB). A previsão inicial é de que a reforma dos 92 apartamentos, estimada R$ 7 milhões, seja concluída em junho de 2012.

Correioweb, 08/10/2010: Reformas da Casa do Estudante Universitário começam em março

Presente em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/10/08/interna_cidadesdf,217096/index.shtml


Reformas da Casa do Estudante Universitário começam em março

Publicação: 08/10/2010 07:49 Atualização: 08/10/2010 07:49

Thiago Vaz, com problema elétrico no apartamento: reforma necessária (Daniel Ferreira/CB/D.A Press)
Thiago Vaz, com problema elétrico no apartamento: reforma necessária
Reivindicação antiga dos alunos da Universidade de Brasília (UnB), a reforma da Casa do Estudante Universitário (CEU) está prevista para começar em março do ano que vem. Moradores reclamam de problemas estruturais nos dois blocos, com 46 apartamentos cada e que abrigam 368 pessoas . Será a primeira grande obra dos edifícios, construídos em 1973. O investimento estimado é de R$ 2,2 milhões. O dinheiro é proveniente do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), do Ministério da Educação. A troca dos sistemas hidráulico e elétrico e a manutenção externa e interna das edificações (como mudança de piso, cerâmica, esquadrias) estão incluídas no plano de reforma.

A obra, que será concluída em oito meses, não vai alterar o desenho arquitetônico dos blocos. Os estudantes deverão desocupar os apartamentos em fevereiro — período de férias na Universidade de Brasília (UnB). Durante a reforma, os moradores receberão uma ajuda financeira de R$ 510 mensais para custear um novo lugar para morar. “É o suficiente, considerando que a moradia deve ser na característica de uma moradia coletiva, que é o padrão da universidade (em cada apartamento residem quatro pessoas)”, explica a decana de Assuntos Comunitários, Rachel Nunes da Cunha. O montante do auxílio, no valor de R$ 1,5 milhão, também virá do Pnaes.

Membro da Associação dos Moradores da Casa do Estudante Universitário (Amceu), o paulista Thiago Rocha, 24 anos, participou da mesa de negociações entre a comunidade estudantil e a administração da universidade sobre a reforma. As partes chegaram ao consenso na última terça-feira. “Desde quando cheguei aqui , há quatro anos, se discute essa obra. O prédio precisa de ser renovado. Os problemas estruturais não oferecem risco de desabamento, pelo menos por enquanto. Mas a armação do ferro já começa a ficar exposta sob o concreto e o encanamento está bem deteriorado. A água sai com ferrugem da torneira”, conta o estudante de engenharia mecatrônica.

Ontem, o aluno de comunicação social Thiago Vaz, 26 anos, tentava resolver o problema elétrico do apartamento que divide com mais três colegas. “Tem horas que a luz funciona, outras horas, não. A lâmpada não está queimada, a falha é da fiação mesmo”, disse. Ele conta que uma vez um quebra sol caiu de uma das janelas do bloco A. “Então, eles resolveram arrancar todos”, lembra. Além do desgaste estrutural, o estudante afirma que os moradores da CEU enfrentam outras situações difíceis. Segundo ele, visitantes indesejáveis como ratos e baratas têm se tornado comuns. “Por mais que a mudança dê trabalho, a reforma é muito necessária”, analisa.

O estudante de ciências sociais Ricardo Rodrigues, 22 anos, concorda com o vizinho: “A obra é muito bem vinda”. Mas ele está preocupado com a mudança de endereço. “Acho que a UnB deveria adiantar os oito meses de auxílio, não sei como vamos conseguir locar uma quitinete ou um apartamento sem ter fiador, uma vez que todos nós que moramos na CEU não temos famílias em Brasília.” A decana de Assuntos Comunitários adiantou que a instituição apoiará os estudantes durante o momento de transição.

Distância incômoda
Para a baiana Mariana Souza, 22 anos, aluna do 8º semestre de antropologia, a Casa do Estudante Universitário (CEU) necessita mais do que uma reforma física. Segundo a ela, a concepção e a localização das moradias dos estudantes precisam ser reavaliadas. “A estrutura não facilita uma convivência tranquila, devido à falta de privacidade. Além disso, estamos longe da farmácia, do supermercado e a maioria esmagadora não tem carro”, sustenta.

Um projeto para a construção de outras 150 moradias deverá ser finalizado no fim deste semestre letivo, de acordo com a decana Rachel Nunes da Cunha. Serão mais cinco blocos que abrigarão 600 estudantes. Eles devem ser construído próximo ao Centro Olímpico. “A organização e a distribuição dos edifícios será similar às das superquadras do Plano Piloto”, adianta a decana.


PROTESTO POR MELHORIAS
De 8 a 26 de junho de 2009, alunos da Universidade de Brasília (UnB) ficaram acampados no Salão de Atos do Gabinete do reitor José Geraldo Sousa Júnior em busca de melhorias para os estudantes. Entre as reivindicações, a reforma dos dois blocos (A e B) da Casa do Estudante Universitário (CEU), que fica próximo ao Centro Olímpico (CO), e a construção de novos espaços de moradia para os universitários. A lista de propostas também incluiu mudanças na área de segurança, transporte, saúde e auxílio financeiro.

UnB Agência, 08/06/2011: Desocupação da CEU será discutida nesta quinta

Presente em: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5201


UnB Agência

AUDIÊNCIA PÚBLICA - 08/06/2011

Desocupação da CEU será discutida nesta quinta
Divulgação
 
Alunos que ainda permanecem na residência estudantil reúnem-se com a Reitoria, às 12h, no Anfiteatro 9. Edital para reforma será lançado em agosto
Hugo Costa - Da Secretaria de Comunicação da UnB


 Tamanho do Texto

O impasse sobre a desocupação da Casa do Estudante Universitário (CEU) será discutido nesta quinta-feira em audiência pública entre os alunos que permanecem no local e o reitor José Geraldo de Sousa Junior. O prazo para a liberação dos dois prédios destinados a moradia de alunos de baixa renda terminou em abril, mas 24 pessoas seguem no local, dez delas não vinculadas ao programa oficial da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS). Leia  aqui.  
A negociação sobre a reforma da Casa do Estudante vem desde o ano passado, quando moradores recusaram-se a utilizar alojamentos de clubes vizinhos à UnB durante a reforma dos prédios. Em janeiro, uma mesa de negociação permanente composta por alunos e representantes da administração foi estabelecida para definir os termos da mudança (leia aqui). O acordo que ficou estabelecido com os 252 moradores em situação regular oferecia duas alternativas: um auxílio de R$ 510 para que em grupo locassem imóveis ou a mudança para apartamentos a serem alugados pela UnB. Enquanto a universidade não providencia as residências, vagas em apart-hoteis são ofertadas. 

Até hoje, sete estudantes não fizeram a opção e recusam-se a sair da residência estudantil. Foram eles quem interromperam as negociações com a Reitoria, em abril. No início desta semana, houve acirramento dos ânimos e a tensão terminou em empurra-empurra entre estudantes e seguranças quando 15 manifestantes tentaram entrar à força no gabinete do reitor. O prefeito dos campi, Paulo César Marques, levou um soco. Alunos também relataram ter sofrido agressões. Veja aqui o vídeo
A protelação das obras oferece risco aos moradores, afirma o diretor do Centro de Planejamento Oscar Niemeyer (Ceplan), Alberto de Faria. Inaugurados em 1972, os dois prédios da CEU nunca passaram por reformas estruturais e precisam de intervenções para evitar acidentes. Alguns estudantes sugerem que os prédios sejam reformados um de cada vez, alternativa descartada pela Reitoria. “Isso implicaria em um prazo mais extenso e em mais gastos”, diz Alberto. A CEU dispõe de 96 apartamentos destinados a alunos de baixa renda, com prioridade a pessoas vindas de outros estados.
Divulgação
OBRAS - O lançamento do edital de contratação de empresa para a reforma está previsto para agosto, segundo o diretor do Ceplan. Após a assinatura do contrato, a estimativa é de que as obras durem oito meses. A Prefeitura dos Campi atendeu pedido dos ocupantes da casa para interromper as demolições e as retiradas de materiais da casa até a realização da audiência pública. Alberto de Faria diz que esse serviço precisa ser feito antes do início das obras. “Economizaremos tempo e dinheiro”, disse. Segundo ele, fechaduras, vasos sanitários e lâmpadas são alguns dos itens que podem ser reaproveitados.
Outro edital, previsto para setembro, vai trazer os termos para a construção de quatro conjuntos, com dois blocos cada, destinados a moradia de estudantes de baixa renda. No total, serão edificados 33.400 m² em 158 apartamentos, nas proximidades do Centro Olímpico. Previstas para durarem 36 meses, as obras custarão cerca de R$ 12 milhões e serão financiadas pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). 
As novas obras a serem feitas nos quatro campi da UnB devem passar a ser fiscalizadas por uma empresa privada. Ainda este mês, deve ser publicado o edital de contratação do serviço.  A universidade passa pela maior expansão de seus 49 anos.  A estimativa é de que mais de trinta obras sejam concluídas até o ano que vem. Serão cerca de R$ 190 milhões investidos em mais de 150.000 m² de construções.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.

UnB Agência, 31/01/2010: UnB inaugura mesa de negociação com estudantes

Presente em: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=2841


UnB Agência

COMUNIDADE - 13/01/2010

Fórum permanente vai estabelecer uma agenda das reivindicações do movimento estudantil e buscar consensos entre alunos e reitoria
UnB inaugura mesa de negociação com estudantes
Leonardo Echeverria e Thais Antonio - Da Secretaria de Comunicação da UnB


 Tamanho do Texto

A UnB inaugurou nesta quarta-feira, 13 de janeiro, a Mesa Permanente de Negociação com os Estudantes. É um fórum onde alunos e administração vão discutir as reivindicações do movimento estudantil, realizando avaliação e acompanhamento contínuo das questões em pauta. A Mesa Permanente é composta de 16 membros, oito da administração e oito dos estudantes. "Nossa pauta parte do termo de compromisso assinado pelo reitor durante a ocupação do Salão de Atos, em junho passado", esclarece a decana de Assuntos Comunitários, professora Rachel Nunes.
A mesa não substitui outros órgãos deliberativos da universidade, como a Câmara de Assuntos Comunitários. Mas vai ajudar a construir consensos entre estudantes e administração. "É um fórum permanente que nos vai permitir iniciar várias discussões que já acontecem no DCE, como a creche para estudantes e a biblioteca funcionando 24 horas", afirma Raul Cardoso, coordenador geral do DCE. "Agora que temos esse espaço dado, temos que ocupá-lo", completa.
Marcelo Camargo/UnB Agência
 
O primeiro ponto de pauta da mesa é a reforma da Casa do Estudante, que estava parada por causa de divergências sobre onde alocar os moradores durante a realização da obra. A reitoria havia oferecido alojamentos no Minas Tênis Clube e em outros clubes da cidade, mas os estudantes recusaram. Eles pediram que a UnB alugasse apartamentos na Asa Norte, o que também não foi aceito. Na reunião desta quarta-feira, foi criado um grupo de trabalho para elaborar novas propostas.
O grupo será presidido pelo assessor de Juventude da reitoria, Rafael Barbosa. Também participam membros da Associação de Moradores da Casa do Estudante (Amceu), do Decanato de Administração e Finanças (DAF) e da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS). "A vontade da reitoria é fazer essa reforma logo, porque é uma necessidade imediata dos alunos", afirma Rafael Barbosa. Já existe a ideia de se fazer uma pesquisa entre os 250 moradores da Casa do Estudante para saber como eles preferem que seja feita essa realocação temporária, se a universidade aluga um espaço ou se os moradores recebem um auxílio-moradia para procurarem repúblicas.
Além da reforma na CEU, outros pontos que deverão ser discutidos na mesa de negociação são: segurança no campus, assistência de saúde aos estudantes, alimentação para alunos dos campi avançados, assistência estudantil e bolsa de permanência. A próxima reunião da mesa está marcada para o dia 26 de fevereiro. "Tudo indica que a inauguração dessa mesa vai ajudar muito a diminuir a tensão no diálogo", diz a professora Rachel Nunes.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.