sexta-feira, 3 de junho de 2011

UnB Agência, 03/06/2011: Dois moradores da CEU são presos por incêndio

Presente em: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5175


UnB Agência

COMUNIDADE - 03/06/2011

Luiz Filipe Barcelos/UnB Agência
 
Dois moradores da CEU são presos por incêndio
Eles foram levados pela Polícia Militar depois de colocar fogo em um conteiner com restos de entulhos retirados de um dos prédios para reforma

Ana Lúcia Moura - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Dois moradores da Casa do Estudante da Universidade de Brasília foram presos no final da manhã desta sexta-feira, 3 de junho. Heitor Claro da Silva, 24 anos, e David Silva Almeida, 23, são acusados de incêndio e podem pegar até seis anos de reclusão pelo crime. Eles também respondem, junto com José Francisco Rodrigues de Araújo, 30, por desacato e ameaça a servidores da segurança do campus, crimes com pena de até dois anos de prisão.

Segundo Reinaldo Vilar, delegado de plantão da 2ª Delegacia de Polícia, onde a ocorrência foi registrada, Heitor e David atearam fogo em um contêiner com restos de entulho que estavam sendo retirados dos apartamentos. “Eles vão responder não pelo ato de colocar fogo, até porque o que havia no contêiner era lixo, mas por colocar em risco a vida dos trabalhadores”, disse o delegado. Segundo ele, os rapazes admitiram que iniciaram o fogo. Ninguém ficou ferido.

Luiz Filipe Barcelos/UnB Agência
Container com restos de obra foram incendiados com gasolina por dois moradores da Casa do Estudante

O material começou a ser removido por trabalhadores da Prefeitura da UnB por volta das 7h30. Foi quando Heitor, segundo depoimentos dos dois seguranças que estavam no local, desceu de seu quarto e reclamou do barulho. Houve uma discussão e, em seguida, o início do fogo. “O Heitor desceu as escadas com uma garrafa pet cheia de gasolina”, contou um dos seguranças, Rosani Pereira. “Ele entregou para o David, que abriu a tampa e devolveu para o Heitor, que jogou a gasolina dentro do contêiner e ateou o fogo”, contou o outro segurança, José Ribeiro. 

Chamado pelos dois funcionários, o vice-coordenador da segurança Nelcione Pereira Cordeiro, acionou a Polícia Militar. “Se há um ato de vandalismo, não posso deixar de agir, mas não tenho poder de polícia”, disse. O Corpo de Bombeiros também foi chamado para controlar o fogo. 
 
José Francisco foi detido embaixo do prédio, assim que os policiais chegaram. Heitor e David, segundo os seguranças, se trancaram em um dos apartamentos. Segundo o delegado, eles resistiram à prisão. Os dois serão encaminhados para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada do Distrito Federal (DPE). José Francisco foi liberado no início da tarde. O advogado de Heitor e Davi, Gilson dos Santos, afirma que deve entrar até o final do dia com um pedido de liberdade.

Estudantes que presenciaram a discussão e a chegada da polícia negam que Heitor e David tenham desacatado os funcionários. “O Heitor só tentava explicar que o barulho estava causando incômodo”, afirma Luana Castillo, 25 anos, aluna da Engenharia da Computação, que não mora na Casa do Estudante, mas estava no apartamento da amiga Gleysiane Barbosa Martins. “O Heitor reclamou porque chegou às 5h da manhã. E ele chegou tarde porque está trabalhando como garçon”, completou Gleysiane. Para Jonatas Moreti, representante do Diretório Central dos Estudantes, a detenção foi equivocada. “Estamos tentando diferenciar crime de incêndio de um ato político”, argumentou com o delegado e também com os seguranças.

O decano de Assuntos Comunitários, Eduardo Raupp, foi à delegacia verificar a situação. "A limpeza da CEU para a reforma não foi uma tentativa de retirada dos estudantes. Não estávamos lá com esse propósito. O que aconteceu foi um evento que saiu completamente das proporções", afirmou. Ele lembra que a saída dos estudantes da CEU está em negociação desde o ano passado. Duzentos e trinta estudantes já deixaram os prédios. Eles estão recebendo auxílio-moradia no valor de R$ 510 e alugando apartamentos com ajuda da UnB. “Mas um grupo de 30 pessoas, a maioria ocupando irregularmente a CEU, recusa-se a deixar o local”, explica Raupp.

Segundo informações do DAC, apenas David e Heitor são estudantes da UnB, mas estão em situação irregular na CEU. José Francisco está formado e, de acordo com o decano, não tem mais direito a permanecer nos apartamentos.


Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.

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