06/06/2011 21h31 - Atualizado em 06/06/2011 21h45
Prefeito da UnB diz ter sido agredido durante manifestação de estudantes
Moradores que se recusam a deixar a CEU fizeram protesto na reitoria.
Audiência pública foi marcada para quinta (9) para tentar resolver impasse.
Prefeito da UnB mostra óculos danificados durante
manifestação na reitoria nesta segunda-feira (6)
(Foto: Luiz Filipe Barcelos/Secom-UnB )
manifestação na reitoria nesta segunda-feira (6)
(Foto: Luiz Filipe Barcelos/Secom-UnB )
De acordo com o prefeito, após o adiamento de uma reunião para discutir a situação dos moradores reminiscentes na CEU, um grupo de estudantes resolveu procurar o reitor, que não poderia atendê-los. Os estudantes insistiram e entraram em conflito com seguranças e servidores da universidade.
“A reunião foi interrompida porque um dos estudantes passou mal, ele sofre de epilepsia. Nós chamamos atendimento médico e queríamos remarcar para amanhã. Um grupo com cerca de 12, 15 estudantes foi até a reitoria e quis entrar no gabinete do reitor. A segurança não permitiu e nós fizemos um cordão [de isolamento]”, explica Marques.
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Na confusão, o prefeito acabou sendo atingido na nuca. Ele afirma que ainda não sabe se a agressão foi proposital. “No empurra-empurra, recebi um golpe pelas costas, na nuca, meus óculos foram parar no chão, mas não sei quem foi. Como várias pessoas filmaram [a confusão], vamos tentar identificar”, explicaMarques. Caso seja comprovada a agressão, os alunos responsáveis podem sofrer punições disciplinares.
De acordo com Maria Eugênia Matricardi, que participa do movimento Fica CEU, o estudante que passou mal é um dos que foram presos na semana passada após atear fogo em um conteiner de lixo em protesto contra a desocupação. Eles foram liberados neste domingo (5).
“Ele foi ler a carta aberta que escrevemos e contar o que passou na delegacia e passou mal, desmaiou. Ele é epiléptico e foi levado para o Hospital Universitário. Ele já está um pouco melhor e retornou para casa, mas amanhã terá nova consulta. O último ataque que ele teve foi na sexta-feira (3), na delegacia, e ele não recebeu atendimento”, afirma.
Após a prisão dos colegas, Maria Eugênia e uma amiga se acorrentaram ao prédio da reitoria. “Os estudantes, devido a toda essa situação de violência, ficaram muito comovidos. O reitor disse que não estaria presente nem hoje, nem amanhã porque estaria sendo representado pelo decano de assuntos comunitários [Eduardo Raupp]. Nós achamos que era necessário, sim, a presença do reitor, então alguns subiram e fizeram uma batucada. Os seguranças se estressaram e houve certo atrito, mas ninguém ficou ferido”, diz.
O reitor não recebeu o grupo de alunos, e uma audiência pública foi marcada para quinta-feira (9) às 12h para tentar definir a situação dos moradores que se recusam a deixar a CEU. De acordo com o prefeito do campus, dos 368 moradores, cerca de 250 já aceitaram deixar o local, que será reformado.
A UnB ofereceu aos estudantes a possibilidade de receber auxílio de R$ 510 por mês para custear o aluguel durante as obras ou ainda a possibilidade de morar em um dos imóveis alugados pela universidade.
A reforma do CEU prevê a recuperação da estrutura de concreto, a revitalização e modernização das redes elétricas e hidráulicas, além de mudanças na iluminação e na climatização. De acordo com Marques, as obras devem durar um ano. “Caso elas se prolonguem, a universidade vai prolongar o benefício aos estudantes”, afirma o prefeito.
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