segunda-feira, 13 de junho de 2011

Campus-UnB, 05/06/2011: Moradores da Casa do Estudante são presos por colocarem fogo em contêiner

Presente em: http://fac.unb.br/campusonline/mundo-academico/item/1132-estudantes-presos-na-ceu-estao-em-liberdade-provisoria

Domingo, 05 de junho de 2011 14:16

Moradores da Casa do Estudante são presos por colocarem fogo em contêiner

Escrito por Mario Cesar
Os dois estudantes presos na última sexta-feira, dia 3,  foram liberados ontem às 9 horas do Departamento de Polícia Especializada (DPE). O Ministério Público concedeu liminar de soltura e os alunos responderão em liberdade provisória às acusações de incêndio simples, ameaça e desacato. Os alunos foram presos pela policia militar após choque com funcionários terceirizados da Unb por atearem fogo em um contêiner na Casa do Estudante (CEU).
A demolição dos apartamentos desocupados começou ainda com a presença de moradores no prédio. Na sexta-feira às 7 e meia da manhã, funcionários da Unb arremessavam do segundo andar portas e louças sanitárias direto nos contêineres, gerando muita perturbação. Depois de frustradas as tentativas de diálogo e sentindo-se desrespeitados em seus direitos à moradia, os estudantes Heitor Claro Silva e David Silva Almeida colocaram fogo nos entulhos dentro do contêiner. “Há vários dias eles vinham fazendo aquele barulho exagerado. A gente ficava agüentando, ia pra aula, não dormia direito com o barulho. Até que aquele dia a gente estourou”, explicou David Silva.
“Eu trabalhei na madrugada anterior e fui perturbado. Só porque é a casa do estudante podem fazer esse tipo de coisa?” reclama Heitor Claro. Os estudantes alegam que os funcionários ficaram apenas assistindo distantes e que o chefe da segurança não permitiu intervenção afim de prejudicá-los. “Isso é manifestação política, eles querem desvirtuar para crime. Tem um vídeo mostrando que um servidor diz aos outros que não era pra apagar a chama” afirma Heitor Claro.

[NÃO FOI POSSÍVEL COPIAR O VÍDEO]

Os estudantes fizeram um canal no Youtube: http://youtu.be/X4LoakQxVWg. O vídeo acima, gravado pelos alunos, mostra um dos funcionários impedindo a contenção do fogo

Na 2ªDP da Asa Norte, os funcionários registraram ocorrência de desacato pelos alunos terem resistido à voz de prisão dada pela segurança da universidade, um deles registrou a grave ocorrência de ameaça de vida, declarou que os estudantes tinham intenção de queimá-lo. Além disso, foram incriminados por incêndio em patrimônio público. Os estudantes negam as acusações e reiteram que não houve perda para o patrimônio e que não tinham intenções de prejudicar ninguém.
“A gente se exaltou, mas eu acho que não perdemos a cabeça. As pessoas não estavam perto, ninguém ia se machucar”, esclareceu David. Para Heitor aquele “Foi um momento de revolta muito grande, de protesto político - sim, mas que eu não imaginei que daria todo esse problema, essa repercussão”. A pena total pode chegar a 9 anos de prisão.
Manifestações de solidariedade
Foto: Ana Carolina Lima
Alunas protestam acorrentadas contra
a prisão dos colegas
Em resposta a prisão dos estudantes, moradores da CEU prepararam uma ocupação da reitoria. A ocupação teve como objetivos reivindicar o direito à moradia e exigir a soltura imediata. Segundo os moradores as condições na CEU estão insalubres, apartamentos desocupados foram quebrados e outros invadidos, a retirada dos vasos deixou o esgoto correndo pelo prédio e outros transtornos tornam a permanência no local um problema de saúde pública, foi nesse quadro que ocorreu a ação dos estudantes.
No sábado, um outro grupo foi para frente do portão da DPE, no sudoeste, se manifestar com cartazes e batucada contra a prisão dos colegas. Segundo os manifestantes, prender os alunos foi uma ação exagerada se comparada ao ato. As alunas Mariana e Gleysiele se acorrentaram a uma placa como protesto. Um dos participantes, o estudante de Ciências Sociais, Guilherme Moura afirma que “A reforma está sendo feita a toque de caixa, de maneira atropelada, tem gente morando lá que quer sair, mas não saiu até hoje porque a universidade não agilizou a questão dos contratos”.
Última modificação em Domingo, 05 de junho de 2011 18:50

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