segunda-feira, 13 de junho de 2011

Campus-UnB, 10/06/2011: Audiência pública retoma discussões sobre situação da Casa do Estudante

Presente em: http://fac.unb.br/campusonline/mundo-academico/item/1149-obras-na-ceu-so-recomecam-quando-estudantes-desocuparem

Sexta, 10 de junho de 2011 13:42

Audiência pública retoma discussões sobre situação da Casa do Estudante

Escrito por Mateus Lara
Foto: Ana Júlia Melo

Audiência pública reuniu alunos com o decano de Assuntos Comunitários Eduardo Raupp e o Reitor José Geraldo

O decano de Assuntos Comunitários, Eduardo Raupp, anunciou nesta quinta-feira (9) que as obras de reforma da Casa do Estudante só serão retomadas quando as negociações de saída dos estudantes forem concluídas. A medida foi divulgada em audiência pública sobre a situação da Casa do Estudante e era uma das reivindicações do movimento Fica CEU.

<><>
<>
<><>
Foto: Ana Júlia Melo
Container onde os moradores, Heitor Silva e
David Almeida,presos na última sexta-feira (03),
 atearam fogo em revolta a desocupação.
Alunos ainda protestam nas paredes da CEU
Das nove exigências expressas na carta do movimento, três não foram atendidas pela direção da universidade. Duas delas tratavam da transferência de funcionários da universidade para outros locais de trabalho, mas o decano descartou a possibilidade: “Tudo será feito com bom senso, mas não admitimos interferência sobre a administração da universidade”. A outra proposta rejeitada foi a de moradia transitória no campus. O movimento propunha duas alternativas: que os estudantes fossem locados apenas em um prédio da CEU e a reforma fosse feita em um bloco de cada vez ou que fossem disponibilizados apartamentos na colina; porém, para o decanato de assuntos comunitários as duas alternativas são inviáveis. Ainda havia uma exigência de que vídeos do dia no qual dois moradores da CEU foram presos fossem publicados na agência de notícias da UnB. Eduardo Raupp afirmou que a agência é independente quanto ao que é veiculado: “A gente pede que esses vídeos sejam encaminhados à SECOM e eles decidem se publicam ou não”.

Entre as propostas aceitas estão medidas como a possibilidade de trancamento geral de disciplinas aos alunos que se sentirem lesados pela situação da CEU e a garantia condições de moradia para os que permanecem na Casa. Na próxima semana, será retomada a mesa de negociação com a reitoria.
<><>
<>
<><>
Foto: Ana Júlia Melo
Estudante de Letras Espanhol, Diogo Ramalho
afirma que a reitoria vem cometendo verdadeiros
crimes contra os alunos.
Além das exigências na carta do movimento Fica CEU, o que os estudantes pedem é a apuração da forma como foi conduzido todo o processo de desocupação da Casa do Estudante. “A apuração não deve ser apenas sobre os acontecimentos do dia 3 (prisão dos dois moradores da CEU), mas de todo o processo de desocupação”, cobra a estudante Graziele Antunes. O aluno de letras-espanhol Diogo Ramalho vai além e afirma que os atos da reitoria na desocupação deveriam ser considerados crimes. “A reitoria mandou soldar a porta de emergência, apagar as luzes, diminuiu o número de seguranças, fechou o laboratório de informática. A reitoria tem cometido crimes com os estudantes para forçar a desocupação.”

Remanescentes
Nas contas da reitoria ainda existem 23 residentes na Casa do Estudante. Desses, dez estão em situação regular com o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), nove já optaram por uma das proposições: a bolsa-auxílio no valor de R$510,00 ou o aluguel de um apartamento pela Fundação Universidade de Brasília (FUB). O único a não fazer opção por nenhuma das alternativas foi o estudante David Wilkerson, do curso de filosofia; ele foi um dos estudantes presos na semana passada por atear fogo a um contêiner como forma de protesto. Os outros 13 estão em situação considerada irregular pelo DAC “Tem os que já se formaram, os que estão no segundo curso e até os sem vínculo com a universidade”, afirmou o decano Eduardo Raupp.

A irregularidade, no entanto, é algo comum para os moradores da CEU, não são raros os casos de alunos que moram meses de forma irregular antes de conseguir o auxílio de moradia. “Eu fui obrigada a passar pelo menos três meses clandestina para ter acesso aos direitos que eu tenho hoje”, revela a estudante de artes cênicas Maria Eugênia Matricardi.

Última modificação em Sexta, 10 de junho de 2011 13:59

Nenhum comentário:

Postar um comentário