Quarta, 27 de abril de 2011 09:07
Estudantes e Decanato não chegaram a um consenso sobre a desocupação da CEU
Escrito por Mariana FagundesTermina hoje o prazo para retirada dos moradores da CEU. O Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), setor da Universidade responsável por controlar a política de moradia da CEU, ainda não conseguiu entrar em acordo com os estudantes. Apesar dos protestos, o assessor do Reitor, Rafael Barbosa Moraes, afirmou que a decisão de desocupar a Casa do Estudante até no máximo hoje será mantida.
No começo da tarde de ontem, moradores se organizaram em um ato contra o posicionamento da Universidade de esvaziar o espaço para reforma. O grupo distribuiu panfletos em frente ao Restaurante Universitário e, em seguida, se dirigiu para a Reitoria.
Segundo fontes não oficiais, pelo menos 30 estudantes regulares permanecem na Casa. Eles compõem um movimento de resistência a desocupação para a reforma. Os moradores alegam que o valor da bolsa-auxílio não condiz com a oferta imobiliária em regiões próximas a Universidade. A reivindicação é para que seja mantido espaço de convivência que a CEU possibilita e não querem ser submetidos à utilização de transportes públicos lotados e aos engarrafamentos. O movimento pediu que a Universidade alugasse um bloco residencial na Asa Norte entre as quadras 202 e 211 ou 402 e 411 para alojar os moradores que ainda não desocuparam a CEU. Porém, para o Decanato a demanda inviável.
De acordo com o artigo 27 da Resolução do Conselho de Administração n 6/2008 da UnB, que estabelece as normas de moradia e convívio na CEU, o DAC tem autoridade para retirar definitivamente a vaga dos estudantes beneficiários, desde que respeitadas as normas legais cabíveis. Raquel Ribeiro, Assistente Social da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS) da UnB, afirmou que a rescisão de contrato será o provável posicionamento da Universidade com aqueles que resistirem à desocupação.
Em resposta aos compromissos assumidos com os moradores da CEU e com representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), a carta circular, divulgada no começo deste mês, mantém a proposta de pagamento de auxílio-moradia no valor de R$ 510,00 aos estudantes que liberarem o espaço. A ajuda será mantida enquanto durar a reforma.
A Casa do Estudante abrigava oficialmente 368 universitários. Por causa da reforma grande parte dos alunos já saiu do local. O estudante de Letras e ex-morador Lucas Lira aderiu ao acordo com a UnB e mudou-se para o Guará. Lucas conta que, a princípio, temia que a bolsa-auxílio não fosse suficiente para as despesas de aluguel, condomínio, taxa de energia e transporte. Mas acabou encontrando um apartamento cujo valor é compatível com a quantidade de dinheiro disponível. Ele garante que já se adaptou a nova rotina e diz que as mudanças não acarretaram grandes problemas financeiros ou de locomoção para ele.
Porém, nem todo mundo concordou com a proposta do DAC. Paula Teixeira, estudante recém-formada e moradora da CEU, justifica a postura dos moradores que se mantém no local: “Nosso movimento não é só fica ou sai, é um movimento pela conservação da Casa do Estudante”.
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